Guerra é Guerra é um daqueles filmes que passaram anos no chamado "development hell", ou em bom português, "inferno do desenvolvimento". Quando isto acontece, o roteiro escrito para um possível filme passa de mão em mãos, bate na porta de vários estúdios, mas não consegue ser produzido. Foi assim com Guerra é Guerra, que só ganhou vida nas mãos do cineasta McG.
McG é um diretor conhecido principalmente por seus filmes de ação, que incluem a medíocre série As Panteras, com Cameron Diaz, e o aceitável Exterminador do Futuro 4, com Christian Bale. A filmografia mediana do diretor já dava indícios de que seu novo filme não seria grande coisa, e afirmação estava correta.
A premissa de Guerra é Guerra promete uma mistura de comédia romântica com muita ação. Dois amigos agentes da CIA ficam com trabalhos de escritório para proteção após uma missão perigosa em Hong Kong. FDR é um mulherengo, enquanto Tuck tem uma ex-esposa e uma filha. Tuck usa um serviço de encontro online e conhece a bela Lauren, e começa a sair com ela. Já FDR a encontra uma locadora e flerta com ela, não sabendo que ela era o encontro de Tuck. Após um tempo, ele consegue convencê-la a sair com ele, então Lauren começa a sair com os dois, que não sabem da situação no começo. Quando os dois descobrem a situação, combinam não interferir com o encontro do outro ou fazer sexo até que ela decida com que sair, mas usam a tecnologia da CIA para espiar e saber das preferências de Lauren, além de tentar sabotar um ao outro.
Inicialmente, Guerra é Guerra parece ter bastante potencial em seu material, mas McG parece ter se certificado de extrair toda a comédia e o romance da trama. O resultado é uma incoerente comédia de ação que não consegue ser engraçada ou envolvente. A sensibilidade dos personagens parece estar fora de questão, e o filme assina seu atestado de má qualidade quando desmistifica a sua premissa. Guerra é Guerra parece um clipe musical sem sentido (ou música), que não possui um pingo de emoção. As seqüências de ação não empolgam e, invariavelmente, leva a lugar nenhum.
O que mais irrita em Guerra é Guerra é o desperdício total do trio de protagonistas. Pine e Hardy são duas estrelas ascendentes em Hollywood (Capitão Kirk e Bane, para dar exemplo), e Whiterspoon é uma ganhadora do Oscar. Impressiona que eles ainda consigam fazer um trabalho, o que é verdade, ainda que estejam em produção infame. Mas se comparados a coadjuvante Chelsea Handler, que faz a Trish, amiga de Lauren, o trio é brilhante. Sim, por que a aparição de Handler é embaraçosa.
Guerra é Guerra promete muito, entrega pouco, e envergonha seu trio de protagonistas, que ainda assim de tudo para salvar a produção.
Guerra é Guerra (This Means War)
Dois agentes da CIA se apaixonam pela mesma mulher. O que antes era uma grande amizade se transforma em um duelo incomparável pelo coração da jovem.
Gênero: Ação, comédia Diretor: McG Roteiro: Timothy Dowling, Simon Kinberg
Elenco: Tom Hardy, Chris Pine, Reese Witherspoon, Chelsea Handler, Rebel Wilson, Laura Vandervoort, Til Schweiger, Abigail Spencer, Angela Bassett, Emilie Ullerup, David Koechner